sábado, 2 de abril de 2011

O que é Acorde?

Em música , acorde é a escrita ou execução de dois ou mais notas  simultaneamente. Para alguns teóricos, o acorde só se forma a partir de três ou mais notas, reservando a palavra intervalo  para a execução de duas notas simultâneas. Os acordes são formados a partir da nota mais grave, onde são acrescentadas as outras notas constituíntes. Por isso, um acorde deve ser lido de baixo para cima. A formação dos acordes, assim como as escalas , está intimamente ligada com a chamada série harmônica .

História
A não notação da música no período anterior à Idade Média  não nos permite especular sobre a utilização dos acordes na música dos povos antigos, mas as características de alguns instrumentos, como a cítara , na qual permite a execução de várias notas juntas, nos leva a pensar na possibilidade de seu uso. Na música ocidental, os acordes aparecem com o surgimento da polifônia . No entanto, apesar de ocorrerem naturalmente no encontro de notas entre duas ou mais vozes, a música polifônica foi pensada muito mais como uma sobreposição de linhas melódicas do que uma formação harmônica . Nos primeiros motetos  silábicos seria pressentida a origem de uma organização vertical na música, reforçado pelo movimento cadencial , que foi tomando importância com o passar dos séculos. O estilo falso bordão inglês, representado principalmente por Dunstable , pode ser considerado uma primeira tentativa de organização vertical da música, pela sobreposição de terças e sextas no encontro de notas entre as vozes. Mas, apesar da crescente conscientização das possibilidades harmônicas, só no Barroco , com a funcionalização da harmonia, esta ocorreu de fato. A escolha pelos modos maior e menor contribuiu para a teorização das leis dos acordes, onde sua concatenação partirá do pressuposto que todos os acordes baseados nas tríades  montadas sobre uma escala diatônica  se relacionam com as funções principais em uma música, isto é, funções de tônica, dominante ou subdominante.

Os acordes eram montados principalmente a quatro vozes, sendo a quarta voz uma duplicação da nota de outra voz, normalmente a fundamental ou a quinta. O acréscimo de novas notas ao chamado acorde de quatro notas se fará de duas maneiras distintas. A primeira, a quarta nota deixa de duplicar uma das vozes e passa a representar um retardo proveniente do acorde anterior, resolvendo em uma nota formativa do acorde. A outra maneira foi a inclusão de uma nota estranha ao acorde a partir do acréscimo de mais uma terça à tríade, formando o intervalo de sétima entre a fundamental e a nota acrescentada. Da primeira maneira, aparecem os acordes de 4ª e 6ª apojaturas, e da segunda, os acordes de 7ª (com destaque para o acorde formado sobre a tríade da dominante). Posteriormente, mais terças foram acrescentadas ao acorde de 7ª da dominante, formando o acorde de 9ª, com o acréscimo de uma terça, e o de 13ª, com o acréscimo de 3 terças à tríade do acorde. Posteriormente, a 6ª seria acrescentada ao acorde não na posição de 13ª, mas formando um intervalo de 2ª com a 5ª do acorde. Mais tarde, no romantismo  (século XIX), novas escalas são inseridas, tirando a música do âmbito tonal e diatônico.

A utilização de acordes alterados, isto é, acordes com notas estranhas à escala em que ele está inserido, amplia ainda mais os recursos de expressão dos compositores. A inversão de acordes, propriamente dita, ocorre por várias vezes, causando uma "falsa idéia" aos ouvidos, fazendo, por vezes leigos, escreve-los erradamente, como por exemplo, em uma inversão do acorde de Dó maior(dó, mi, sol), qual seja mi, sol, dó; por vezes é escrito como mi menor com sexta, ao invés de dó maior em sua primeira inversão. Ocorria também a utilização de notas comuns a vários acordes de forma sustentada, que recebia o nome de pedal, ostinado ou obstinado, assim causava-se uma certa inquietação aos ouvidos com uma impressão de notas intermináveis, como nas cadências plagais (I, IV, VI) e ainda com um efeito antiplágio de músicos limitados não conseguirem distinguir perfeitamente o tom (modus) no qual a música era executada.

Triade
Tríade é um acorde de 3 notas montado sobre uma escala , normalmente a diatônica, com a sobreposição de duas terças. Suas três notas constituintes são a fundamental, nota mais grave e que dá o nome ao acorde, a 3ª, também chamada nota modal, que determina o caráter do acorde (maior ou menor) e a 5ª.
Existem 4 tipos de tríades possíveis de serem montadas a partir das escalas diatônicas maior e menor. São elas:

ü  Tríade maior: um intervalo de 3ª maior sob um intervalo de 3ª menor, formando o intervalo de 5ª justa entre a primeira e a terceira nota da tríade. É encontrado nos graus I, IV e V da escala diatônica maior e nos graus V e VI da escala menor harmônica.
ü  Tríade menor: um intervalo de 3ª menor sob um intervalo de 3ª maior, formando o intervalo de 5ª justa entre a primeira e a terceira nota da tríade. É encontrado nos graus II, III e VI da escala maior e nos graus I e IV da escala menor harmônica.
ü  Tríade diminuta: um intervalo de 3ª menor sob outro intervalo de 3ª menor, formando o intervalo de 5ª diminuta entre a primeira e a terceira nota da tríade. É encontrado no grau VII da escala maior e nos II e VII graus da escala menor harmônica.
ü  Tríade aumentada: um intervalo de 3ª maior sob outro intervalo de 3ª maior, formando o intervalo de 5ª aumentada entre a primeira e a terceira nota da tríade. É encontrado no grau III da escala menor harmônica.
Todos os acordes seguem um padrão relativo, e nesses casos é necessário obedecer esses padrões. Existem dois tipos básicos de acordes: consonantes e dissonantes. Consonantes: acordes básicos normais, que seguem padrões naturais, sem alterações. Ex: dó maior. Dissonates: acordes com baixos variados, geralmente com a terça como baixo. Mas nesses acordes existem variações, pois também é possível que a quinta seja o baixo no acorde, nesses casos os acordes são chamados de dissonantes. Ex: ré maior com fá sustenido no baixo. Existe uma divisão mais complexa dos acordes, classificando-os em quatro tipos de acordes: maior, menor, diminuta e aumentada. Maior: acordes com o baixo, terça e quinta justa (normais) menor: baixo e quintas normais, mais a terça é bemol (menor) diminuta: acordes com baixo justo, com terça menor (bemol), quinta bemol, e sétima menor (bemol). Aumentado: baixo e terças justas, e quinta sustenida (aumentado).

Tipos
Os acordes podem ser classificados quanto à:
Posição
ü  Cerrada: não há espaço para a colocação de nenhuma nota formadora do acorde entre as vozes de soprano  e contralto  ou as vozes de contralto e tenor .
ü  Aberta: há espaço para a colocação de notas formadoras do acorde entre as vozes de soprano  e contralto  ou as vozes de contralto e tenor .
Nota do soprano:
Define-se a posição de oitava, de terça ou de quinta a partir do aparecimento dessas notas no soprano.
Tríade formadora:
ü  Perfeito maior: quando é formado sobre uma tríade maior.
ü  Perfeito menor: quando é formado sobre uma tríade menor.
ü  Imperfeito: quando é formado sobre uma tríade diminuta ou aumentada.
Inversão:
ü  Estado fundamental: a primeira nota formadora do acorde (fundamental) aparece como base do acorde.
ü  Primeira inversão: a segunda nota formadora do acorde (3ª) aparece como base do acorde
ü  Segunda inversão: a terceira nota formadora do acorde (5ª) aparece como base do acorde.
Modo de execução:
ü  Simultâneo: as notas são executadas ao mesmo tempo.
ü  Harpejado: as notas são executadas uma após a outra.
ü  Quantidade de notas: os acordes podem ter 3, 4, 5, 6, etc. notas diferentes em sua formação.
Notação
Os acordes aparecem notados com a primeira letra maiúscula quando se tratar de um acorde perfeito maior:
ü  Dó - dó maior
ü  Ré - ré maior
ü  Mi - mi maior
ü  Fá - fá maior
ü  Sol - sol maior
ü  Lá - lá maior
ü  Si - si maior

Os acordes aparecem notados com a primeira letra minúscula quando se tratar de um acorde perfeito menor:
ü  Dó - dó menor
ü  Ré - ré menor
ü  Mi - mi menor
ü  Fá - fá menor
ü  Sol - sol menor
ü  Lá - lá menor
ü  Si - si menor

Quando forem acordes diminutos ou aumentados, escreve-se dim ou aum após o nome do acorde:
ü  Dó dim - dó diminuto
ü  Ré aum - ré aumentado

Cifras
Outra maneira de notar os acordes é através da cifra, ou notação anglo saxônica. Nela, os nomes dos acordes são identificados pelas primeiras oito letras do alfabeto, a começar pelo acorde de fundamental lá, que recebeu a denominação A. Para a indicação de acordes menores, faz-se o uso da letra m minúscula após a letra denominativa. No caso de o acorde ser diminuto ou aumentado, os símbolos dim, 5° ou 5 dim, no caso dos diminutos, e +, +5 e 5 aum são empregados para os aumentados. Para novas notas acrescentadas ao acorde, coloca-se o número equivalente ao intervalo entre esta nota e a fundamental do acorde, como, por exemplo, o número 7 indicará um acorde com 7ª. Ainda, a depender do intervalo, caso ele seja menor, acrescenta-se um sinal de - antes do número (-7 é a cifra para 7ª menor) ou + para os casos de intervalos aumentados.
ü  Lá = A
ü  Si = B (sistema inglês)
ü  Si = H (sistema alemão), sendo B equivalente a si bemol.
ü  Dó = C
ü  Ré = D
ü  Mi = E
ü  Fá = F
ü  Sol = G
ü  Am = lá menor
ü  G7 = Sol maior com sétima
ü  C7M = dó maior com sétima maior
ü  Dm5+ = ré menor com quinta aumentada

Outros acordes
Modernamente, aparecem acordes formados baseando-se em outros intervalos que não terças sobrepostas:
ü  Cluster : acordes formados a partir da sobreposição de notas de intervalos consecutivos.
ü  Acordes formados por 4ª: como o próprio nome diz, são acordes formados com a sobreposição de intervalos de 4ªs entre as notas constituintes.
ü  Acordes formados por 5ª:  acordes formados pela sobreposição de 5ªs.
ü  Acordes sem terça: (power chords) formados apenas pela fundamental e quinta podendo ser acrescentadas a formação as suas oitavas largamente usados por guitarristas que se utilizam de distorções (efeito tais como overdrive, distortion, etc…).
ü  Acordes sem quinta: formados apenas pela fundamental e terça podendo ser acrescentadas a formação as suas oitavas (também muito utilizados pelos guitarristas).

Acorde meio diminuto
Acorde semi diminuto ou meio diminuto é o acorde musical formado de um intervalo de 3ª menor, 5ª diminuta e 7ª menor. Isto é, a distância entre a fundamental e a terça é de 1 tom e meio, de 3 tons entre a fundamental e a quinta, e de 5 tons entre a fundamental e a sétima.

Exemplo com a nota fundamental :
ü  Cifra: Cm7(b5) ou CØ
ü  Notas no acorde: C, Eb, Gb, Bb

Esta é a definição de acorde diminuto: tudo em intervalos de 3a menor (um tom e meio). O meio diminuto, podemos encontrar no modo Mixolídio no universo tonal de Dó Maior: temos um Sol de 3a maior, 5a perfeita e 7a menor. Este acorde sim, meio diminuto.

Sol, Si, Ré, Fá

Acorde dominante
Um acorde dominante, na música, é um acorde em que a característica principal é formação de um intervalo de trítono entre as notas da terça maior e sétima menor do acorde causando uma sonoridade bem dissonante.
Os acordes dominantes são muito importantes na harmonia tradicional ocidental pois são usados na preparação para o acorde do centro tonal. Geralmente para uma harmonia em tonalidade maior ou menor construímos este acorde no quinto grau da escala:
ü  Harmonia em dó maior: G7 C
ü Harmonia em dó menor: G7 Cm
Nos exemplos acima, o acorde de sol (G7) é considerado um acorde dominante, pois "resolve" ou "cadencia fortemente" para o acorde central da tônica de dó. Esta cadência forte é provocada por dois fatores. Primeiro: causa-nos uma sensação de cromatismo durante a passagem de um acorde para o outro; segundo: saímos de um acorde muito dissonante para voltarmos para o acorde de repouso ou central que geralmente é mais consonante.
O termo acorde dominante pode ainda ser usado para designar outros tipos de acordes que causam o mesmo efeito descrito acima.
Dentre eles podemos citar vários acordes variantes do acorde com terça maior e sétima menor, os chamados Acordes dominantes alterados.
ü  Exemplos de acordes dominantes alterados em dó: C7(b5), C7#9, C7(b13).


Fonte: pt.wikipedia.org

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